Paraná revê proposta de suspender vacinação contra aftosa

 

O plano do Paraná de suspender definitivamente a vacinação do rebanho contra a febre aftosa pode ser adiado. O secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado, o agrônomo Norberto Ortigara, me disse há pouco por telefone que precisa decidir até agosto, no máximo, se a campanha de imunização dos animais vai continuar ou não em novembro. “Por enquanto, o cronograma está mantido”, disse ele, que também não descartou rever a posição.

A mudança está condicionada à chegada dos 169 novos servidores à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). O governo estadual já nomeou os funcionários, mas muitos deles ainda estão se desligando de antigos empregos, retardando o ingresso no serviço público. Depois de contratados, ainda precisarão passar por treinamentos.

Os agrônomos, veterinários e técnicos de meio ambiente são fundamentais para reforçar as barreiras sanitárias do Estado. “Acredito que em agosto eles estarão em campo”, disse Ortigara. O problema é que uma comitiva do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deve desembarcar no Paraná entre o final deste mês e início do próximo. Os técnicos do governo federal vão averiguar se os paranaenses têm mesmo condições estruturais e operacionais para deixar de vacinar o rebanho e levantar barreiras à entrada de alguns animais de Estados vizinhos.

O Paraná tenta há anos suspender a vacinação contra a febre aftosa. A medida visa buscar um reconhecimento internacional como área totalmente livre da doença, sem imunização do rebanho, e assim conquistar credibilidade e novos clientes para as carnes, impulsionando a pecuária local. O Estado é o maior produtor e exportador de frango e um dos cinco maiores produtores de carne suína. No Brasil somente Santa Catarina é considerada zona livre sem vacinas, status que demorou anos para ser conquistado após um amplo esforço de toda a cadeia produtiva.

O tema é controverso. Entidades representativas do Paraná e especialistas defendem a proposta de não imunizar o rebanho do Estado. Mas há também quem veja riscos em paralisar a vacinação.

Fonte: Globo Rural